Um bárbaro crime deixou as autoridades policiais e os brasilienses perplexos diante do alto nível de brutalidade em mais um homicídio regist...
Um bárbaro crime deixou as autoridades policiais e os brasilienses perplexos diante do alto nível de brutalidade em mais um homicídio registrado no Distrito Federal. Diferentemente da violência nas mortes a tiros ou facadas, a frieza de dois criminosos revelou-se em uma sequência cruel sangrenta.
Sidnei Martins de Oliveira, 56 anos, morador de rua, foi morto com 39 golpes de faca e tesoura no pescoço, teve o corpo partido ao meio, acomodado em duas caixas plásticas e, depois, descartado em locais distintos: em um contêiner e em no amontoado de lixo no chão.
Gerson de Sousa Basílio, 52, e Augusto César Nunes Romano, 23, foram presos pouco menos de oito horas após o crime e tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça em audiência de custódia.
O capítulo inicial dessa série violenta começou quando, no começo da tarde de sexta-feira, por volta de 12h, um policial civil aposentado encontrou uma caixa azul em um amontoado de lixo, na QN 7 do Riacho Fundo 1, próximo ao Riacho Mall. O servidor achou o compartimento útil e resolveu recolhê-lo. Quando abriu, encontrou duas pernas humanas inteiras dentro. De imediato, ele acionou as polícias civil e militar, que se deslocaram ao local e isolaram a área.
A população cercou a rua e parecia não acreditar no ocorrido. "Como assim? Em plena luz do dia isso? Essa é uma região que tem alguns moradores de rua, mas crimes assim não vejo", declarou um comerciante que preferiu não se identificar. Enquanto os policiais iniciavam as diligências e a perícia, a câmera de segurança de um estabelecimento registrou a saída de um homem de dentro de um dos prédios, às 12h33. Ele segura uma caixa nas mãos e a descarta em um contêiner.
Por volta de 13h, descobriu-se que no interior desse objeto estava o restante do corpo da vítima: tronco, cabeça e braços. O rapaz das câmeras é motorista de ônibus e presta serviços de limpeza a mais de 20 condomínios. O trabalhador chegou a ser conduzido à 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo) e foi ouvido como testemunha do fato. Ao Correio, ele concedeu uma entrevista (leia abaixo).
Dinâmica sangrenta
Da descoberta dos membros humanos até o fim da perícia, foram menos de seis horas. Para a polícia, não havia dúvidas quanto ao local da execução do crime: um dos apartamentos do edifício. A câmera que mostra a saída do prestador de serviço foi crucial para a identificação do prédio. O apartamento onde ocorreu o homicídio fica no térreo e é alugado em nome do amigo de Augusto, um dos autores. Os dois dividiam os custos da moradia, mas o colega de Augusto passava mais dias na casa da namorada.
O prédio permaneceu interditado durante o trabalho pericial. Em uma análise preliminar, os peritos indicaram a sala como o local da execução, identificaram 39 golpes de faca e tesoura no pescoço da vítima e concluíram que o imóvel havia sido lavado, na tentativa de apagar os vestígios de sangue.
Fonte: CB