Por Leopoldina Colares A Capital do Brasil foi inaugurada em 21 de abril de 1960, graças à promessa de campanha de Juscelino Kubitschek de c...
Por Leopoldina Colares
A Capital do Brasil foi inaugurada em 21 de abril de 1960, graças à promessa de campanha de Juscelino Kubitschek de construir a nova capital, demonstrando um espírito totalmente inovador e determinado. A promessa foi feita durante sua campanha eleitoral para a presidência do Brasil, na cidade de Jataí-GO, quando foi questionado por um eleitor sobre a construção da nova capital, prevista na Constituição. Essa proposta integrou o Plano de Governo “50 anos em 5”.
Tratava-se de um projeto nacional para transferir a capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central, com os seguintes objetivos iniciais: descentralizar o poder, promover o desenvolvimento nacional e diminuir as desigualdades regionais. Brasília é uma cidade planejada que se distingue por sua arquitetura branca e moderna, essencialmente concebida por Oscar Niemeyer.
O início da construção de Brasília representou esperança para milhares de famílias, quando homens vieram para cá trabalhar. Veio gente de todos os cantos do nosso Brasil, especialmente do Nordeste, de onde vinham de pau de arara para fincar os alicerces de suas famílias. Esses trabalhadores foram carinhosamente apelidados de candangos.
Quando cheguei aqui, em dezembro de 1974, Brasília ainda era muito diferente do que é hoje. O barro vermelho espalhava-se pelas quadras, que, na sua maioria, ainda não eram arborizadas. A sede da Caixa Econômica Federal estava em processo de mudança do Rio de Janeiro para cá, e muitas vantagens eram oferecidas aos empregados que aceitassem vir. Minha família e eu decidimos deixar a cidade de Fortaleza-CE para viver na Capital do Brasil.
Entre os benefícios, recebíamos um apartamento para residir mediante uma pequena taxa mensal. O apartamento que nos ofereceram ficava em uma quadra cheia de barro, e eu já imaginava como ficaria a pintura da casa quando os pequenos descessem e voltassem para casa. Lutei junto à Caixa e consegui ficar em um apartamento alugado pela empresa na 302 Sul, uma quadra totalmente arborizada.
E assim, meu marido e eu criamos nossos filhos aqui, nos adaptamos com facilidade ao modo de viver desta terra e aprendemos também a nos sentirmos um pouco candangos. Mais recentemente, ouvi a expressão: “Brasília, de Capital da Esperança a Capital da Felicidade”.
A Aliança das Mulheres que Amam Brasília lançou esse ambicioso sonho visando deixar um legado para as futuras gerações, idealizado pela mestra e doutora, pioneira Cosete Ramos. O documento apresentado pelo grupo foi aceito pelo Governo do Distrito Federal. A proposta atual é instituir uma Secretaria de Estado da Felicidade, dedicada à promoção do bem-estar da população e a longevidade saudável.
Mas o que é essa sonhada felicidade? É um sentimento individual que acontece dentro de nós e envolve diferentes aspectos, próprios de cada pessoa. Por outro lado, a felicidade coletiva é um sentimento plural, a ser compartilhado por uma comunidade.
Penso que Brasília tem tudo para ser transformada em Capital da Felicidade!
Construamos esse legado que ficará registrado para todas as gerações que vierem.
Viva Brasília, capital da esperança e da felicidade!
Sobre Leopoldina Colares
É natural de Fortaleza-CE, graduada em Letras Neolatinas e Administração Pública pela Universidade Estadual do Ceará. Com pós-graduação em Administração Pública pela FGV e MBA em Gestão Empresarial, tem uma sólida carreira na Caixa Econômica Federal, além de vasta experiência em consultoria para instituições como o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Fundação Getúlio Vargas.