Foto: Reprodução O Brasília surpreendeu o mercado da bola candango e contratou um jogador multicampeão, inclusive com títulos com a Seleção ...
Foto: Reprodução
O Brasília surpreendeu o mercado da bola candango e contratou um jogador multicampeão, inclusive com títulos com a Seleção Brasileira, para reforçar seu elenco para o Candangão 2023. Quem chega ao Colorado é o experiente atacante Ricardo Oliveira, paulista de 42 anos, com diversos títulos e marcas importantes na carreira.
No dia 22 de dezembro o Brasília apresentou sua comissão técnica e elenco em entrevista coletiva. Na ocasião, o treinador Ricardo Antônio falou sobre a montagem do time e, apesar de se dizer satisfeito com os jogadores contratados, disse que o time seguia atento a oportunidades do mercado, como é o caso de Ricardo Oliveira que estava sem clube desde a saída do Athletic-MG.
O presidente do clube, Flávio Simão, falou com a equipe do DF Esportes sobre a chegada do atleta:
É um honra muito grande ter uma atleta da grandeza do Ricardo Oliveira no nosso plantel para esse momento de ressurgimento do Brasília Futebol Clube, algo que estamos realizando desde que assumi. É uma figura fundamental para isso e um artilheiro que vai nos dar muitas alegrias, não tenho a menor dúvida. Estamos todos esperançosos por um 2023 vitorioso e é para isso que ele vem. São 35 anos sem título estadual. Portanto, o nosso objetivo é voltar a vencer o Candangão. Estamos com um grupo forte para isso e sempre nos qualificando mais, para não deixarmos escapar o objetivo das nossas mãos. Quero agradecer a T10, Santisports74 e Murilo pela intermediação na negociação.
Flávio Simão – presidente Brasília Futebol Clube
Ao todo, Ricardo Oliveira já marcou 377 gols na carreira e chega para sua primeira passagem no futebol candango com a missão de ajudar o Brasília, octacampeão do DF, a voltar ao caminho dos títulos. O atleta falou sobre esse novo desafio na carreira.
Eu estou fechado com o Brasília Futebol Clube, estou muito feliz, muito entusiasmado com esse novo desafio que se inicia agora em 2023. Queria agradecer ao presidente Flavio que fez todo esforço para que isso fosse possível. Conto com a torcida de vocês. Agora no início da semana, em breve, uniremos forças para esse novo desafio.
Ricardo Oliveira
O Brasília estreia no Candangão no dia 29/01, domingo, na Arena BRB Mané Garrincha contra o Real Brasília às 15h. O time já tem amistoso marcado contra o Grêmio Anápolis no dia 6 de janeiro na cidade goiana.
Carreira
Ricardo Oliveira foi jogador da base do Corinthians de 1997 a 1999, quando se transferiu para a Portuguesa-SP. No ano 2000, estreou no profissional da Lusa e marcou um gol em 5 jogos disputados. Nas duas temporadas seguintes, o brilho do artilheiro começou a aparecer, foram 24 gols marcados em cada ano.
Em 2003, o atleta chegou à Vila Belmiro e liderou o ataque do Santos na campanha do vice-campeonato da Copa Libertadores da América. O alvinegro praiano, que tinha no elenco craques como Robinho, Diego, Elano e Renato, foi derrotado na final pelo Boca Juniors, da Argentina. Ricardo Oliveira terminou a competição na liderança da artilharia com 9 gols, empatado com Marcelo Delgado, do time campeão.
Naquela temporada, o Santos também ficou com a segunda colocação do Brasileirão, o primeiro disputado em pontos corridos, atrás apenas do Cruzeiro de Alex e Vanderlei Luxemburgo. No entanto, Oliveira deixou o time logo após a Libertadores com destino à Espanha.
Jogando pelo Valencia na temporada 2003/2004, marcou 9 gols em 30 jogos e conquistou o título espanhol e da Copa da UEFA (atual Europa League), os primeiros de sua carreira. Na edição seguinte de La Liga, foi para o Betis e marcou 25 gols em 39 partidas disputadas, conquistando também a Copa del Rey.
O sucesso o levou à Seleção Brasileira. Com Carlos Alberto Parreira no comando, Ricardo foi convocada para defender o Brasil e se sagrou campeão da Copa América, marcando um gol no torneio, na goleada por 4 a 0 contra o México nas quartas de final.
Em 2005, mais um título pela seleção canarinho. O jogador estava no elenco que conquistou a Copa das Confederações na Alemanha, torneio extinto que era realizado pela FIFA como evento teste no país que sediaria a Copa do Mundo no ano seguinte. O jogador estava cotado para a defender a Seleção na Copa de 2006, mas uma lesão no joelho o tirou da convocação.
Após a conquista, Ricardo Oliveira voltou ao Brasil. Cedido por empréstimo do Betis para o São Paulo, conquistou o Brasileirão de 2006 com a camisa tricolor. Do Morumbi, voltou para a Europa, dessa vez para defender o Milan, da Itália. No clube italiano, encontrou grandes craques do futebol mundial: Dida, Cafu, Kaká, Inzaghi, Pirlo, Seedorf, Maldini e Ronaldo, entre outros. Na temporada 2006/2007 o Milan foi campeão da Liga dos Campeões da Europa (Champions League).
A passagem pela equipe italiana, no entanto, não foi fácil para o atleta, que viveu um drama familiar na época. Sua irmã foi sequestrada em São Paulo no dia 4 de outubro de 2006. A situação durou mais de 5 meses e, apenas em 13 de março de 2007, 159 dias depois, ela foi encontrada e resgatada pela polícia civil após denúncia anônima. Sobre a situação, Ricardo Oliveira falou em entrevista ao programa Bolívia Talk Show que “é chato tocar nesse ponto, mas o sequestro durou cinco meses e meio. Então, você imagina. Eu sou muito ligado à minha família. Graças a Deus hoje a minha irmã está muito bem. Mas, me afetou, eu não queria jogar bola.”
Com a situação resolvida, mas sem muito espaço em Milão, foi emprestado ao Zaragoza, da Espanha, onde ficou até 2008, antes de retornar ao Betis. Em 2010, Ricardo Oliveira foi para os Emirados Árabes Unidos (EAU), onde jogou pelo Al Jazira. Lá venceu a Etisalt Emirates Cup em 2010, a Liga Nacional na temporada 2010/2011 e a Copa do Presidente 2010/2011 e 2011/2012. Também foi artilheiro da Liga dos Campeões da Ásia com 12 gols em 2012. Em 2013 e 2014, defendeu seu último clube fora do Brasil, o Al Wasl-EAU.
De volta a sua terra natal em 2015, Ricardo Oliveira teve sua temporada mais goleadora. Foram 37 gols marcados naquele ano em 62 jogos. Foi campeão Paulista com o Santos e artilheiro do estadual com 11 gols e do Brasileirão com 20. O atacante ficou na Vila Belmiro até o fim de 2017 e conquistou mais um Paulistão em 2016.
No período entre 2015 e 2018, voltou a ter oportunidades de defender a Seleção Brasileira. Convocado para a Copa América Centenário (2016), foi cortado por lesão. Participou de jogos das eliminatórias para a Copa do Mundo na Rússia, mas acabou fora da lista final do técnico Tite.
De 2018 a 2020, defendeu a camisa do Atlético Mineiro, onde se consagrou campeão do Mineirão no último ano de sua passagem pelo Galo. De Minas Gerais para o Paraná: ainda em 2020, Ricardo foi para o Coritiba, mas não teve um bom rendimento, marcando apenas 2 gols em 18 jogos.
O atacante ficou uma temporada parado e retornou aos gramados em 2022 para jogar no Athletic, de Minas Gerais. No novo time, venceu o Campeonato Mineiro do Interior após decisão nos pênaltis contra a Caldense. O resultado colocou a equipe de São João del Rei na Série D do Brasileirão e na Copa do Brasil de 2023.
Ricardo Oliveira
Nascimento: 6 de maio de 1980, em São Paulo
Posição: atacante/centroavante
Clubes: Portuguesa (2000-02), Santos (2003 e 2015-17), Valencia (2003-04), Betis (2004-06 e 2009), São Paulo (2006 e 2010), Milan (2006-07), Zaragoza (2007-09), Al Jazira (2009-14), Al Wasl (2014-15), Atlético-MG (2018-2020), Coritiba (2020) e Athletic (2022).
Títulos: La Liga (2004), Copa da Uefa (2004), Copa América (2004), Copa das Confederações (2005), Copa do Rei (2005), Campeonato Brasileiro (2006), Liga dos Campeões (2007), Etisalat Emirates Cup (2010), UAE League (2011), UAE President Cup (2011 e 2012), Campeonato Paulista (2015 e 2016), Campeonato Mineiro (2020) e Campeonato Mineiro do Interior (2022).
Seleção brasileira: 16 jogos e cinco gols
