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Polícia Civil investiga suposto desvio de dinheiro público no Centro Olímpico de Santa Maria, no DF

  Agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão, na manhã desta terça-feira (2). Em nota, Secretaria de Esporte afirmou que não renov...

 

Agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão, na manhã desta terça-feira (2). Em nota, Secretaria de Esporte afirmou que não renovou contrato com instituto alvo da operação; G1 aguarda posicionamento da administração.


A Polícia Civil deflagrou uma operação, na manhã desta terça-feira (2), para investigar supostas irregularidades na contratação de uma empresa que prestou serviço ao Centro Olímpico de Santa Maria, no Distrito Federal. A investigação apontou "indícios de superfaturamento" na compra de equipamentos esportivos e um desvio de R$ 800 mil dos cofres públicos. 

A operação batizada de "Tie-Break" – termo que faz alusão a um momento decisivo em uma partida de voleibol – é realizada pela divisão de repressão à corrupção da PCDF. Nesta terça, os policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão em endereços de Águas Claras, Taguatinga e Ceilândia. 


O alvo das investigações é o Instituto Amigos do Vôlei (IAV), que esteve à frente da gestão do Centro Olímpico de Santa Maria nos anos de 2011 a 2017. A suspeita é que o instituto tenha cometido crimes contra a Lei de Licitações e contra a Administração Pública. 

Até a última atualização desta reportagem, o G1 tentava o posicionamento da defesa do instituto investigado. Em nota, a Secretaria de Esporte e Lazer informou que "não renovou os contratos com os centros olímpicos e paralímpicos do DF e abriu novos chamamentos públicos para realizar as futuras contratações dos prestadores de serviços". 

Investigações 

Segundo a investigação, o contrato firmado entre o instituto e o GDF é de quase R$ 10 milhões. Após o fim da gestão, em 2018, foi realizada a prestação de contas. Parte desse gasto, entretanto, não foi comprovado, cerca de R$ 3 milhões, de acordo com a polícia. Os agentes apontaram ainda que R$ 800 mil não foram pagos aos cofres públicos. 

Entretanto, foram encontrados "indícios de direcionamento" na contratação da empresa durante o processo licitatório, além de levantada a suspeita de superfaturamento em compras no centro olímpico. 

"As investigações contaram com participação dos peritos criminais do Instituto de Criminalística da PCDF, que apontaram que o valor devido aos cofres públicos, mesmo após as glosas, seria de R$ 800.463,56", informou a corporação, em nota. 

Autoria do TCDF

A empresa investigada na operação da PCDF já foi alvo de uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas do DF, em 2014. À época foram encontradas irregularidades no valor cobrado pelos cursos de informática e inglês, além de "superfaturamento na compra de uma plataforma de piscina e de bolas de basquetebol e tênis". 

O relatório do TCDF também aponta que o instituto gastou R$360 mil por uma pesquisa de satisfação na qual foram aplicados 2.400 questionários. Esse valor seria 411,70% maior do que o encontrado no mercado. 

Para comparar o valor do contrato, o documento mostra os valores de outras pesquisas realizadas por órgãos públicos naquele mesmo período. Um dos exemplos é uma pesquisa de satisfação contratada pelo Tribunal Regional do Trabalho 10ª Região (TRT-10), que aplicou 2 mil questionários em foros do DF e do Tocantins, por R$ 39 mil.